Liberdade é algo que todos nós prezamos e desejamos ter.
Mas será que na prática é assim mesmo?
A maioria dos casais está preso ao conceito de punição, onde o ego impera no comportamento de cada um e se exige que sejam cumpridas regras pré estabelecidos pela sociedade.
Estamos vivendo um retorno a filosofia de vida do “desapego”. Uma forma de viver mais leve, desapegada de rótulos e com exercícios de gratidão.
Uma necessidade de superar um luto talvez mais rápido do que o esperado, na ânsia de uma renovação constante.
Ao mesmo tempo que o movimento de desapego acontece, surge também a ideia do amor romântico onde o casal passa por uma espécie de fusão e ambos se trasformam num só.
A perda da subjetividade e individualidade surgem aqui como um sintoma de uma cultura que exagera no conceito de amor. A verdade é que o excesso de romantização de algo tão intrínsecocada um, que é a forma de amar, pode nos causar dor na hora de se relacionar.
É nesse momento que o Ego pode se sobrepor à lógica do amor e transformar em apego aquilo que deveria ser sinônimo de paz e liberdade. Claro que um relacionamento não vai ser vivido somente com momentos de alegria, mas com decepções também e cabendo a nós equilibrar tudo isso.
Chegamos aqui num conceito chave para o amor: A liberdade.
Como pode então um relacionamento baseado no amor chegar ao extremo de se exigir que o casal perca sua individualidade?
Na verdade, nessa hora não vai existir uma régua que meça um conceito desse nível. Talvez com alguns exemplos seja mais fácil de se perceber algo tão sutil.
Alguns pensamentos sobre possessividade:
- “Eu não posso sair sem meu namorado”
- “Meu namorado não pode ter amigas mulheres”
- “Não vou a eventos que meu marido/namorado não gostaria de ir”.
- “Não vou a shows que eu gostaria de ir pois minha namorada não aprova”.
- “Não confio em minha esposa se ela tiver muitos amigos homens”.
- “Minha namorada não pode conversar com outros homens pois seria falta de respeito comigo”.
- “Meu/minha parceiro(a) não pode viajar sem que eu esteja junto.”
- “Meu namorado não gosta que eu saia sozinha com minhas amigas”
Percebe algo em comum nesses exemplos? Existe controle. Controle para com a vida e ação do outro. Controle nunca é bom, controle nunca nos leva a lugar nenhum. Pois quanto mais eu tento controlar uma situação, mais ela foge do meu alcance.
Eu não pretendo abordar aqui sobre relacionamento abusivo, até porquê o assunto se estenderia. Mas proponho uma reflexão de algo que pode vir a se tornar abusivo, a longo prazo.
Para que nossa relação seja harmoniosa e feliz verdadeiramente, é preciso que sejamos críticos sobre o amor que sentimos. Pois enquanto o apego aprisiona e controla, só o amor liberta e soma na nossa vida. Infelizmente, ainda confundimos relações de poder com amor.
E se você ainda não confia no seu/sua parceiro(a) o suficiente, o que ainda te mantem ao lado dele(a)?
Com amor, Nicole.